HOMEM: (massajando os músculos da
barriga da perna, o tendão de Aquiles dorido, e logo a seguir o ombro
deslocado): Não percebo isto. Quase todos os sábados faço ginástica. Uns toques
de bola, futebol de salão, basquetebol. Os músculos já deviam estar habituados.
QUASE TODOS OS MÚSCULOS DO CORPO:
(em uníssono): Tem calma. Nunca fizeste nada de que não gostasses. A única a
que nos habituaste foi a dores. Devias ser por falta de cuidado com os
músculos.
Excesso de exercício – é aí que
está o problema. Demasiado exercício antes do devido tempo.
MULHER: Devia estar em óptima
forma física: Faço dez quilómetros de marcha dia sim, dia não. Mas as pernas
atormentam-me o juízo!
MÚSCULOS DAS PERNAS
(encolerizados): Tu matas-nos! Não nos dás um dia de descanso! Devias ser presa
por falta de cuidado connosco.
Excesso de exercício – é aí que
está o problema. Demasiado exercício demasiadas vezes.
E são estas as razões principais
das dores que o exercício provoca – o terrível trio do exercício em excesso, demasiadas
vezes e antes do devido tempo. Seguem-se algumas sugestões de tratamento a que
se pode recorrer quando os músculos nos condenam à dor – sejam cãibras,
distensões ou apenas o corpo ou os membros doloridos.
TENHA CALMA. Os músculos
lesionam-se sempre que se faz exercício físico. Só 48 horas depois é que os
músculos saram, após o exercício. O facto de os músculos estarem doridos
implica a sua lesão, e, sempre que tal suceda, deverá interromper-se o
exercício.
É evidente que para lesionar os
músculos não é necessário fazer uma corrida ou jogar ténis e dar o máximo. O
trabalho no quintal, um passeio pelo jardim zoológico que ocupe todo o dia, ou
a simples circunstância de estar sentado numa posição incómoda, ou que até nem
o seja mas se mantenha por muito tempo, é quanto basta para provocar problemas
musculares.
O tempo de descanso a conceder
aos músculos depende da gravidade da lesão e da situação.
Uma cãibra só necessita de alguns
minutos d descanso, mas uma distensão grave pode exigir dias ou semanas.
Todavia, é possível que não haja possibilidade de descansar o músculo o tempo
que seja necessário. Se por exemplo resolvemos fazer excursão pela região e a
dada altura, tivemos uma distensão muscular, será melhor descansar umas duas
horas e, depois, fazer uma massagem no sentido do seu maior eixo antes que se
prossiga a marcha.
Acima de tudo, não deve
subestimar-se o valor do descanso.
APLIQUE GELO. O gelo continua na
primeira linha de defesa contra o inchaço e deve aplicar-se imediatamente a
seguir à lesão. Deve utilizar-se um saco de gelo ou embrulhar gelo num
plástico, ou numa toalha, e aplicá-lo vinte minutos de cada vez, ao longo do
dia.
Deve retirar-se o gelo por
intervalos de duração idêntica aos da aplicação. O gelo contrai os vasos
sanguíneos, e não é aconselhável mantê-los contraídos durante muito tempo já
que tal procedimento pode matar tecido saudável na região. São particularmente
vulneráveis as pessoas com perturbações cardíacas, diabetes e doenças do
sistema circulatório, que devem utilizar o gelo com cuidado e apenas a conselho
do médico,
FAÇA UMA LIGADURA NA REGIÃO
AFECTADA. A perna dorida deve ser envolta numa ligadura – sem a transformar
numa múmia! – de modo a manter o inchaço no mínimo. Todavia, tenha-se o cuidado
de não a apertar demasiado – pois se exagerar, surgirá inchaço abaixo da região
comprimida. A compressão pode fazer cessar as cãibras, embora o processo possa
ser doloroso.
MANTENHA OS PÉS ELEVADOS. O
conselho é aplicável no caso de lesões no pé ou na perna propriamente dita. Deve
erguer-se a parte lesionada do corpo de modo a ficar mais alta do que o
coração, para impedir o sangue de ficar localmente retido e provocar inchaço.
AQUEÇA A REGIÃO AFECTADA. Após se
ter iniciado a aplicação de gelo, é possível fazer a transição para o calor, no
caso de dores intensas ou distensão aguda. De um modo geral, a maior parte das
pessoas prefere o calor, por descontrair melhor. O calor dilata os vasos
sanguíneos e acelera o processo de cura.
Os banhos quentes, ou de águas em
movimento, e as almofadas de aquecimento representam processos temporários de
alívio das dores musculares, distensões e cãibras, embora se deva ter o cuidado
de usar com moderação os tratamentos pelo calor.
Tenha-se ainda o cuidado de não
se transitar do gelo para o calor demasiado cedo, caso contrário a região
dorida pode inchar. Por outro lado só se passará para as aplicações de calor
caso assim se pretenda. É sempre possível restringirmo-nos ao gelo.
RECORRA COM PRECAUÇÃO ÀS
MASSAGENS COM LINIMENTOS. Sob este aspecto, nem todos os especialistas estão de
acordo. Todos os linimentos têm interesse, uma vez que mantêm elevada a
temperatura da região afectada.
Mas os treinadores de atletismo,
na sua maior parte, são fracos adeptos destes analgésicos tradicionais. Irritam
a pele. Estas fricções transmitem uma falsa sensação de segurança – aquecem,
mas trata-se apenas de calor superficial. Não aquecem os músculos propriamente.
APLIQUE «ASPERCREME». Embora o Aspercreme não contenha aspirina, o seu
ingrediente principal é um similar da aspirina, que ajuda a aliviar as dores
musculares, tenham ou não carácter persistente. (As pessoas com sensibilidade à
aspirina deverão consultar o médico antes da utilização do Aspercreme.)
UTILIZAR MEDICAMENTOS
ANTI-INFLAMATÓRIOS. E pertencem ao grupo a aspirina, o Ibuprofeno e todos os demais similares não esteróides. São produtos
que ajudam a aliviar a dor.
DISTENDER O MÚSCULO. Nos casos
das cãibras e dos espasmos, recomenda-se a distensão gradual do músculo, até se
conseguir a sua descontracção total.
Os exercícios de descontracção
fazem o tratamento das dores musculares na sua forma actual e evitam que
ocorram no futuro. O alongamento muscular tem importância em virtude de os
músculos lesionados durante o exercício encurtarem durante o processo de cura.
E a não ser que se proceda ao seu alongamento, manter-se-ão lesionados ou
dilacerados.
MASSAJAR OS MÚSCULOS. Seria
agradável dispor permanentemente de um ou uma massagista, embora e de certo
modo, até o tenhamos – nós próprios. Fazer uma massagem suave e tal como sucede
com o exercício, interrompe-la de imediato, caso provoque dores. Será talvez
conveniente promover o aquecimento da região dorida antes de dar início à
massagem.
USAR ROUPAS QUENTES. Se o
exercício se realiza durante o tempo frio e nos sentimos tensos e um tanto ou
quanto doridos, será melhor usarmos mais alguma roupa, para nos aquecermos, o
que concorrerá para evitar desde logo que surjam problemas musculares.
No tempo frio, usamos
meias-calças justas sob os equipamentos desportivos como forma de reter o
calor. Os atletas apreciam a sensação de compressão que proporcionam, para além
de contribuírem para um melhor apoio de músculos.
ROUPAS FROUXAS. Quando se
pressente a chegada de uma cãibra nas pernas, será melhor despir as meias-calças
ou outra roupa justa, de modo a deixar os músculos um pouco mais à vontade.
MUDAR DE POSIÇÃO. Com o corpo
curvado sobre uma máquina de escrever, a bater teclas, ou sobre uma bicicleta,
a pedalar, os nossos pulsos e antebraços são vulneráveis a cãibras e dores.
Todavia, existe uma diferença
importante entre o ciclista e o empregado de escritório: o ciclista tem sempre
a possibilidade de escolher a bicicleta que melhor se lhe adapte. Ora os
empregados de escritório, com dedos e mãos de tamanhos diferenciados, usam
sempre o mesmo equipamento. Aconselha-se a utilizar o pulso e a mão na posição
designada de neutra. Nesta posição não está inclinado para a frente, ou para
trás, ou para dentro, ou para fora.
Quem tenha mãos e dedos longos
reduz o esforço ajustando o teclado a uma posição mais horizontal – paralela ao
tampo da mesa de trabalho – não obrigar os braços e ombros a uma posição
forçada.
Quem tenha mãos e dedos curtos
deve utilizar um teclado, de máquina de escrever ou de calcular, mais
inclinado, pois assim terá mais fácil acesso às teclas.
LEVANTE-SE. É simples e tudo que
precisa, talvez, para acabar com uma cãibra na perna ou no pé.
REPITA A ACTIVIDADE QUE LHE
PROVOCOU MÚSCULOS DORIDOS NO ÚLTIMO DIA. Repita a actividade no dia seguinte,
mas com um menor grau de intensidade. Ajudará a abrandar um pouco as dores.
PRATIQUE O EXERCÍCIO ALTERNANDO
ACTIVIDADES MAIS INTENSAS COM MENOS INTENSAS. A tal aconselha o facto de que os
músculos necessitam de 48 horas para recuperar. Os grandes atletas treinam
deste modo.
DIVERSIFIQUE AS ACTIVIDADES.
Talvez seja até melhor ideia do que a rotina mais intenso – menos intenso.
Um praticante de marcha com os
músculos inferiores da perna doridos pode alternar com natação ou ciclismo (que
fazem trabalhar os músculos superiores das pernas), de tal modo que permite a
continuação dos exercícios durante o processo de cura.
PERCA PESO. Quando os músculos
doridos e as distensões musculares se tornam uma preocupação permanente, o
facto indicará muito provavelmente, que o motivo reside no peso extra a
deslocar.
ACEITE A VERDADE. Se a corrida
lhe provoca músculos doridos, talvez a corrida é um dos desportos em que há
maior probidade de contrair uma lesão.
ABRANDE NÃO SE DETENHA DE CHOFRE.
O sangue, após a realização de exercício físico intenso ou trabalhos pesados
transporta muito maior quantidade de ácido láctico, que nele se concentra
quando o oxigénio escasseia. Se o ácido atingir uma percentagem elevada,
perturbará as reacções químicas normais que decorrem nos músculos e fá-los-á
doer.
Como melhor forma de manter o
sangue com um baixo teor acídico, a terminar a sessão de exercício a um ritmo
menor e mais descontraído, já que assim se evitam dores musculares imediatas –
embora não se evitem para o dia seguinte. A sensação de dor muscular deve-se à
rotura de algumas das fibras musculares.
MUDE DE SAPATOS DE CORRIDA. As
dores que se sentem nos pés, nas pernas ou nas costas são provocadas, muitas
vezes, pelo tipo errado de sapatos de corrida, ou por sapatos que não se
adaptam bem ao pé.
FORTALEÇA-SE. A responsabilidade
por distensões crónicas tanto se deve a músculos demasiado fracos, como à falta
de flexibilidade. Embora os homens sejam geralmente menos flexíveis do que as
mulheres, costuma-se salientar o facto de que as mulheres necessitam geralmente
de criar mais força, tanto os homens como as mulheres necessitam de desenvolver
força e flexibilidade.
SEJA PACIENTE. Quanto mais grave
for a lesão – por exemplo, a distensão de um tendão – tanto mais esta virtude
assegurará uma recuperação sem recaídas-